Zezé Motta

Qual é sua ideia de felicidade perfeita?

Neste tempo, neste planeta, neste momento, é impossível uma felicidade perfeita. Por mais que a sua vida esteja bem, se você se importa com o outro, é impossível ser plenamente feliz agora.

Qual é o seu maior medo?

São tantos! Tenho medo de escuridão, de adoecer, de envelhecer sozinha. E morro de medo de ser injusta.

Que característica mais detesta em você?

No momento não me vem nenhuma, olha que metida. Mas acho que as características que mais detesto são a minha insegurança e a minha dificuldade de lidar com a solidão.

Que característica mais detesta nos outros?

A mesquinharia.

Que pessoa viva você mais admira?

A lista é grande. Imagina ter que escolher entre Milton Nascimento, Fernanda Montenegro, Marco Nanini e tantos outros? É muito complicado!

Qual é a sua maior extravagância?

Acho que é uma grande ousadia, mas faz parte do meu temperamento: quando estou a fim de um cara, eu não espero ser cortejada, eu vou à luta.

Qual é o seu estado mental atual?

É meio o estado mental do mundo. A pandemia me deixa angustiada, mas o momento político que vivemos me faz querer gritar, colocar para fora essa agonia. Mas quando paro e penso, eu peço desculpas a Deus, e agradeço que não me falta nada. As dívidas: devo, não nego e pago quando puder. A conclusão é que estou tentando segurar a onda.

Que virtude considera superestimada?

Compaixão e amor ao próximo.

Em que ocasião você mente?

Para não magoar alguém que amo, eu sou capaz de mentir.

O que menos gosta sobre sua aparência?

Eu me gosto, mas não me importaria de ter um pé mais delicado.

Que pessoa viva você mais despreza?

No momento, o presidente do Brasil.

Que qualidade mais admira em um homem?

Ser carinhoso.

Que qualidade mais admira em uma mulher?

A autoestima.

De que palavras ou frases você abusa?

"Definitivamente, aqui não é o paraíso."

O que ou quem é o maior amor da sua vida?

O maior amor da minha vida partiu há pouco: a minha mãe.

Quando e onde você foi mais feliz na vida?

Aos 12 anos de idade, quando minha mãe me tirou do colégio interno, quatro anos antes do esperado, e me levou para conhecer nossa nova casa.

Que talento você mais gostaria de ter?

Se não fosse atriz, queria ser bailarina.

Se você pudesse mudar uma coisa sobre você, o que seria?

Ter mais disciplina.

O que considera sua maior conquista?

Ter mantido a minha carreira mais de 50 anos no Brasil.

Se você morresse e voltasse como uma coisa ou uma pessoa, o que você gostaria de ser?

Seria um homem, só por curiosidade.

Onde você mais gostaria de morar?

Portugal.

Qual é o seu pertence mais estimado?

Meu quarto.

O que você considera o nível mais baixo da desgraça?

Ser morador de rua.

Qual sua ocupação favorita?

Ser "cantriz". Tárik de Souza criou essa expressão, e eu acho maravilhosa, uso muito.

Qual sua característica mais marcante?

Generosidade.

O que você mais valoriza em seus amigos?

A fidelidade.

Quais os seus escritores favoritos?

Me lembro de alguns livros favoritos, e seus escritores: "Quem Tem Medo do Feminismo Negro", de Djamila Ribeiro; "Olhos d'Água", de Conceição Evaristo; "Casa de Alvenaria" e "Pedaços da Fome", de Carolina Maria de Jesus; "Escravidão", de Larentino Ramos; e "A Arte Negra na Cultura Brasileira", de Iracy Carise.

Quem é seu herói na ficção?

Eu não tenho. Só tenho heróis na vida real.

Com qual figura histórica você mais se identifica?

Com a própria Xica da Silva, que não se conformou em levar uma vida escrava e foi à luta.

Quem são seus heróis na vida real?

Prefiro não responder. São tantos! Não quero ter a possibilidade de deixar alguém de fora, então prefiro não falar.

Quais são seus nomes favoritos?

Nomes que soam bem ao ouvido me encantam, como Mariana, Dandara, Maria.

O que você mais detesta?

Falsidade.

Qual seu grande arrependimento?

Não ter feito um tratamento, quando jovem, para ter parido. O amor pelos meus filhos não muda, mas confesso que me arrependo de não ter tido a experiência única de parir.

Como gostaria de morrer?

Dormindo.

Qual é o seu lema?

Ser é ousar ser.